A liderança da base governista do prefeito Roberto Cláudio (PDT) na Câmara Municipal é formada por dois vereadores de primeiro mandato: Ésio Feitosa (PPL) e Michel Lins (PPS) na liderança e vice-liderança, respectivamente. Apesar de novato, Lins, 33, garante que o trabalho de promoção de pautas do governo municipal será bem feito. “Claro que existirão coisas que vamos aprender nesse mandato. Mas estou convicto (da capacidade)”, diz.
Além de representar o Executivo na Câmara, o vereador católico, “de histórico na renovação carismática” e do partido socialista, promete trabalhar pela educação e “base familiar” de jovens – com os quais se envolveu em trabalhos sociais de educação.
Confira entrevista da série do O POVO que apresenta novos vereadores.
O POVO – Que pautas serão mais caras para o senhor?
Michel Lins – Com 16 anos de idade, perdi um primo pras drogas. Participo da renovação carismática católica desde os dez anos de idade. Comecei um projeto (de educação) no quintal da minha mãe. Ganhou uma proporção que nunca imaginei. O Evandro Leitão (PDT), secretário do Governo do Estado, me fez um convite pra que eu coordenasse um projeto dentro do Centro de Medidas Socioeducativas do Estado. Fiquei dois anos à frente. Por esse histórico, a bandeira que vamos levantar bastante é de educação, cultura e esporte. Não acho que tem outro caminho, não. O político, às vezes, não quer investir tanto na educação porque o resultado não é imediato, que dá voto: é a médio e longo prazo. Mas vou trabalhar bastante nessas bandeiras. Cultura e esporte estão dentro da educação, que é o único caminho pra construção, de fato, de uma sociedade melhor.
OP – O senhor se tornou próximo de RC. Apoiou muito a reeleição dele e ele chegou a visitar seu comitê de campanha. Essa proximidade foi decisiva pra ser da liderança?
Lins – Pra mim é uma grande oportunidade de trabalho. É assim que encaro a vice-liderança. É trabalho, trabalho, trabalho; não tem segredo. Só entrei pra apoiar o RC porque acredito nele. Eu olho nos olhos dele e sinto na fala e nas ações que ele realmente quer deixar uma marca administrativa pra gestão. Acho que, quando bate uma sintonia, não tem como explicar. Tem sido recíproco pra mim: a confiança que tenho nele, ele tem depositado em mim.
É mais trabalho, mais comprometimento. Vice-liderança é espaço pra servir.
OP – Acha que tem capacidade, sendo novo na Câmara, junto com Ésio?
Lins – Com certeza. Claro que existirão coisas que vamos aprender nesse mandato, não tem como. Mas estou convicto. E estamos sendo bem recebido pelos veteranos. Iremos aprender. Espero poder dar contribuição e vamos trabalhar pra isso – senão não adiantava nem ser vereador. Seria mentira qualquer político dizer que não quer uma oportunidade maior. Mas encaro como oportunidade de trabalho.
Na minha boca não tem outra palavra senão “trabalhar”.
OP – Como o senhor se define ideologicamente e que ideais vai promover, já que é de um partido socialista e católico?
Lins – É uma linha fina, mesmo. Acredito, essencialmente, na base familiar. Eu vi 99% dos jovens que estão perdidos, eles vêm de desestrutura familiar. Minha formação na igreja também me fez perceber isso. A família é muito importante pra formação de qualquer ser humano. Às vezes são coisas simples, o cara não tem um colo pra sentar a cabeça. A questão partidária… hoje em dia a sociedade está tão assim que não vota mais em partido, mas sim no candidato. As pessoas nem sabem o que é socialismo. Nem tem essa noção. Poucos tem.
Fonte: Jornal O Povo